Afinal, o que é fascismo?

 



Por decorrência das manifestações antifascistas atuais no Brasil, muitas pessoas mostram que não sabem o que exatamente é fascismo, pois acusam o atual governo brasileiro de "fascista", como professora de história, trago alguns pontos principais a partir do historiador Hobsbawn e do livro de Benito  Mussolini "A doutrina do fascismo" para entender o que é o fascismo.

O fascismo foi um movimento político que surgiu na Itália no século XX, no período da primeira guerra mundial, influenciado pelo manifesto futurista, foi liderado por Benito Mussolini, em oposição as correntes políticas liberais e socialista da época, é caracterizado pelo nacionalismo, ultraconservadorismo, anti liberalismo, anti socialismo, anti positivismo, anti feminismo, anti democracia, anti sindicalismo, resumindo o fascismo surge principalmente em reação anti o projeto iluminista e suas ideias de igualitarismo de sociedade, e toda sua derivação posterior.

No livro "A doutrina do fascismo" de Benito Mussolini, defende que o fascismo é além de apenas  um sistema de governo, pois é uma visão de mundo, que abrange  conjunto de ideias de como os indivíduos devem se portar. Para o fascismo, o estado e os indivíduos são uma nação, os indivíduos devem cooperar com os interesses da nação como um todo, o trabalho é super valorizado, a guerra é eminente. 

Diferente dos preceitos invidualistas do iluminismo, o fascismo é contra as liberdades individuais, e o individualismo em sua totalidade. O fascismo é totalitário, tudo está dentro do estado, o estado representa os indivíduos, tudo é concentrado no estado, nada existe de humano, espiritual e de valor fora do estado, a liberdade é do estado. "o Estado é um todo espiritual e moral 

porque concretiza a organização política, jurídica e económica da nação e essa 

organização, desde o seu aparecimento e durante o seu desenvolvimento, é uma 

manifestação do espírito. O Estado garante a segurança interna e externa, ao 

mesmo tempo que é guardião e intérprete do espírito do povo como foi elaborado 

através dos séculos pela língua, pelos costumes e pela fé. O Estado não é apenas 

presente, é passado e, principalmente, futuro. É o Estado que, ultrapassando o 

breve limite das vidas individuais, representa a consciência imanente da nação. As 

formas em que os Estados se manifestam mudam, mas a necessidade do Estado 

permanece. É o Estado que educa os cidadãos nas virtudes cívicas, os torna 

conscientes da sua missão, os impele à unidade; que harmoniza os seus interesses 

na justiça; que transmite as conquistas do pensamento nas ciências, nas artes, no 

direito, na solidariedade humana; que da vida rudimentar da tribo, leva os homens 

à mais elevada expressão humana de força, a autoridade; que consagra nos 

séculos os nomes dos que morreram pela sua integridade ou para obedecer às suas 

leis; aponta como exemplo e recomenda às gerações vindouras os capitães que lhe 

engrandeceram o território e os génios que o iluminaram de glória. "

O fascismo valoriza todas as formas de expressões culturais, principalmente a religião, "O Estado fascista não permanece indiferente perante o facto religioso em geral 

e a religião positiva, que é o catolicismo italiano. O Estado não tem uma teologia, 

mas uma moral. O Estado fascista considera a religião uma das manifestações mais 

profundas do espírito; não é, portanto, apenas respeitada, mas defendida e 

protegida. O Estado fascista não cria um Deus seu, como em dado momento, nos 

delírios extremos da Convenção, quis fazer Robespierre; nem procura extirpá-la das 

almas, como faz o bochevismo; o Fascismo respeita o Deus dos ascetas, dos 

santos, dos heróis e o Deus como é compreendido e invocado pelo coração ingénuo 

e primitivo do povo."

As características do estado italiano fascistas tem grandes diferenças do governo neo liberal de Bolsonaro, sendo assim Bolsonaro não é fascista!

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