A importância da imigração e relações comerciais alemã para o desenvolvimento do Brasil.
A Alemanha foi o país que mais contribuiu para o desenvolvimento do Brasil, segundo historiadores e economistas brasileiros o período que se tem índices de desenvolvimento no Brasil compreende a década de 1930- 1990, momentos que se tem a presença de imigração e relações comerciais Brasil- Alemanha.
Na época da colonização portuguesa, o Brasil foi marcado por ser uma colônia de exploração do capital estrangeiro. A Inglaterra por exemplo, foi o país que mais se beneficiou com o ouro brasileiro, o permitiu uma reserva que fez do sistema bancário inglês, o principal centro financeiro da Europa. (Furtado, p.35).
A economia brasileira perpassa no início pela extração do pau-brasil, em segundo momento a inclusão da agricultura com a cana-de-açúcar e o ouro extraído de São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás.
Em três séculos de colonização brasileira anterior a independência, o Brasil era uma colônia destinada a fornecer ao comércio europeu produtos tropicais, como ouro e o açúcar.
Com a independência no século XIX, os portugueses abrasileirados paulistas compram a independência e vão governar a nação brasileira. A independência do Brasil nunca aconteceu por definitivo, pois o Brasil se desvinculou com o Portugal, mas continuou dependente do capital estrangeiro, com acordos e dívida com a Inglaterra.
"Para não ser duvidar da subserviência dos portugueses abrasileirados que passaram a governar a jovem nação independente, cabe lembrar que "os banqueiros ingleses (foram quase sempre a casa dos Rothschild), conluiados com os desonestos atos dignitários do império, lançaram-se sem piedade sobre esta presa inerme que era nação brasileira "recentemente independente" (Prado Júnior, 1981).
A partir de 1850 com o fim da escravidão, começa a imigrar para o Brasil europeus, para substituir a mão de obra escrava. O que restou no Brasil da colonização portuguesa foi os descendentes misturados de negros, índios e portugueses, que formava o povo brasileiro, sem instrução conhecimentos científicos e escolaridade.
Como a entrada de europeus no século XIX no sudeste no sul brasileiro, é marcado pelo início da indústria manufatureira, dando início ao desenvolvimento. As regiões Norte, Nordeste e centro- oeste ficam esquecidas, com o maior número de remanescentes da mestiçagem, cabocla e mestiços do Brasil largados à própria sorte.
O sudeste e principalmente a região Sul que não era povoada vão receber os imigrantes europeus, sendo o grande número de sua imigração, se desenvolvendo industrialmente e tecnologicamente mais que as demais regiões brasileiras.
Muitos historiadores quando comparam as colônias portuguesas estabelecidas no Brasil com outras colônias europeias fazem críticas em relação aos métodos utilizados na agricultura afirmando que elas são desprovidas de ciência e tecnologia.
Quando os imigrantes europeus chegam ao Brasil, fazem muitas críticas aos métodos utilizados na agricultura, por ser atrasado em comparação a Europa, na questão de tecnologia e ciência, pois o Brasil era um vazio, não havia nem escolas para os filhos dos imigrantes, muitos vão providenciar escolas nas colônias europeias.
Na parte econômica a imigração alemã se destaca, pois a Alemanha e seus imigrantes vão ter um papel de importância e destaque, tanto no processo industrial, quanto na agricultura.
As impressões que os alemães tinham do Brasil colônia era péssima, um exemplo é o livro "Agricultura e o comércio no Brasil no sistema colonial" do alemão Friedrich Von Weech.
"Escrevi este livro movido pelo desejo de ser útil aos meus conterrâneos dispostos a emigrar e dar-lhe os meios para seu desenvolvimento em terra estranha".
Von Weech era da burguesia alemã, não era dos alemães que vieram trabalhar nas lavouras de café, faz críticas aos métodos da agricultura no Brasil afirmando muitas precariedades e falta de ciência tecnologia. No artigo "O guia de Friedrich Von Weech- impressões de um imigrante alemão no Brasil no século XIX" a autora compara as impressões de Von Weech com as contribuições de Caio Prado Júnior, pois ambos evidenciam as precariedades e a falta de aperfeiçoamento técnico na agricultura brasileira.
O progresso na agricultura brasileira acontece com a vinda de imigrantes europeus no século XIX, principalmente com a colonização alemã, que vão modernizar a agricultura brasileira e inserir novos produtos agrícolas.
Os imigrantes europeus quando se chocam com os cablocos e mestiços que já estavam no Brasil, entram em conflito, pois principalmente os alemães e italianos tem marcado na sua etnicidade a "ética do trabalho", chamavam os brasileiros de preguiçosos, vadios e atrasados.
Os remanescentes de portugueses, índios e negros eram desprovidos de escolaridade, aperfeiçoamento tecnológico, o Brasil não tinha escolas, universidades, hospitais, indústrias, a agricultura era precária de técnicas e mão de obra especializada. O Brasil nas palavras dos próprios europeus, era um vazio, por isso principalmente os alemães e os italianos eles vão se destacar na economia pois estes vão começar abrir empresas em vários ramos, como têxteis, hotéis, mercados, etc.., muitos trabalhavam em indústrias na Europa, tendo no Brasil a oportunidade de trazer seus conhecimentos e desenvolver a jovem nação, além de trazer mão de obra qualificada para projetos de construção civil e engenharia.
Alguns imigrantes alemães vieram trabalhar nas lavouras de café, mas também teve muitos que fundaram as empresas nacionais, muitas são referências até hoje, como por exemplo no ramo têxtil, a Hering e a Karsten. Contribuíram muito para a agricultura, renovando os métodos e introduzindo novos produtos agrícolas. Pois antes dos alemães o Brasil exportava poucos produtos agrícolas, como o açúcar, o tabaco e o café, os alemães diversificaram a agricultura, inserindo novos produtos como o arroz, a soja, a batata, a pecuária, o milho.
O estado do Rio Grande do Sul foram os alemães que introduziram a economia da agricultura, pois antes da imigração alemã, o império brasileiro trouxe os espanhóis para o estado, onde foi uma tentativa frustrada.
Na era da industrialização brasileira no século XX, a Alemanha tem uma importância no seu desenvolvimento, o período industrial tem início na década de 1930, com Getúlio Vargas, onde o país enfrenta muitas dificuldades. Neste período de 1930 com a crise, a exportação do café que era a economia brasileira na época, tem uma queda, acumulando o café e muitas vezes sendo queimado, nesta época a Alemanha se interessa pelos produtos agrícolas brasileiros, principalmente o café, o que é positivo, o Brasil e Alemanha faz acordos comerciais de troca na década de 1930, e por um outro lado o Brasil se interessava pela maquinaria e pelos armamentos bélicos alemães, que seria fundamental para o processo de transição da economia rural para a industrialização brasileira.
Esses acordos de compensação que Hitler estabeleceu com os países da América Latina, no caso o Brasil, sempre dava um saldo positivo para a Alemanha.
Getúlio vargas tinha objetivo de tornar o Brasil uma potência na américa do sul, teve um mandato com políticas nacionalistas, tinha o objetivo de investir nas forças armadas, os acordos com a Alemanha era positivo pois o Brasil importava os produtos de maquinaria e armamentos bélicos que necessitava para o processo de desenvolvimento industrial, enquanto a Alemanha precisava dos produtos agrícolas brasileiros.
Apesar das relações do Brasil- Alemanha ser positivos para o processo de industrialização no Brasil, havia no governo brasileiro confrontos, de um lado defendiam a americanização do Brasil como o ministro das relações exteriores do Brasil, Oswaldo Aranha, de outro lado defendendo a permanência das relações diplomáticas com a Alemanha e zelando pela preservação da cultura alemã no Brasil o embaixador alemão enviado por Hitler no Rio de Janeiro, Karl Ritter.
Desde 1870 com a unificação alemã, os Estados Unidos começam a espalhar boatos que os alemães poderiam tomar parte do território brasileiro, porém nunca houve uma evidência ou um ataque dos alemães no Brasil, mas esse foi um dos motivos para se preocupar em nacionalizar ou seja abrasileirar os alemães residentes no Brasil, além de o Brasil ter destruir seus vínculos com seu país de origem, esses sempre tiveram muita resistência, sempre foram muito orgulhosos de sua origem.
"A intriga americana revela a tentativa dos Estados Unidos de influir no jogo de simpatias e antipatias e nas subconsequentes tendências pan-americana e germanófilas presentes nos membros do governo brasileiro, os quais tende a agir de modo com a inclinação que se pode, também, deduzir que o governo brasileiro se encontrava dividido ideologicamente. (RAHMEIER, pg.10).
Nem nos anos 1930 a 1940, nem na década de 1960, nesses períodos que a Alemanha mantém relações comerciais com o Brasil, se percebe interesse da Alemanha de invadir o Brasil.
Com ascensão de Adolfo Hitler na Alemanha, o presidente alemão faz uma chamada para os alemães residentes no Brasil a voltar para sua pátria, porque esses imigrantes haviam migrado para o Brasil por causa da crise na Europa, em busca de novas oportunidades, e como Hitler teve medidas que levantaram a economia da Alemanha agora os imigrantes poderiam voltar para sua pátria pois havia emprego.
O projeto de Hitler era reunir os povos germânicos na Europa, nunca houve um ataque da Alemanha ao Brasil, o que ocorria no Brasil era simulações que existem testemunhas que contam, que havia ataques aéreos e com submarinos realizados pelo governo brasileiro, que servia para treino se caso, a Alemanha chegasse algum dia a invadir o Brasil, essas simulações aconteciam depois do ano de 1942 quando o Brasil declara guerra à Alemanha, o governo brasileiro coloca medo nos brasileiros afirmando que os alemães poderiam invadir o Brasil porém isto nunca aconteceu de fato, porém era uma forma dos Estados Unidos denegrir Alemanha, no período da guerra, em 1942 quando a guerra já aparecia estar perdida para Alemanha, os Estado Unidos começam a pressionar os países da América que tinham relações comerciais com Alemanha, a se aliar aos Estados Unidos, quem não se aliasse em tempo de guerra, depois da guerra não iria poder ter relações comerciais com os Estados Unidos.
Vargas tinha objetivo de desenvolver o Brasil para fortalecê- lo diante do imperialismo, na década de 1930 tentou manter uma independência a política externa,mantendo relações comerciais com a Alemanha.
A proximidade de Vargas com os Estados Unidos, colocou o Brasil numa postura de dependência dos Estados Unidos. As relações comerciais do Brasil com os Estados Unidos foi positivo por um lado, pois Vargas obteve verbas para a tecnologia e desenvolvimento e para reaquipar as forças armadas.
Getúlio Vargas, mesmo mantendo uma postura neutra nos primeiros anos de guerra, apenas declarou guerra a Alemanha por pressão estadunidense,
"Para Francisco Corsi, a eclosão da segunda guerra mundial, em 1939, retirou de Vargas a possibilidade de escolha ao impedir relações com os mercados alemães, deixando vulneràveis as pressões norte- americanas." (PERAZZO, pág. 71)
A Alemanha na época da ascensão de Hitler, investiu no Brasil, pois os alemães estavam perdidos no Brasil, sem amparo do governo brasileiro, como construção de escolas, professores para ensinar os filhos dos imigrantes.
No período da década de 1940, Vargas cria várias empresas estatais, o que foi positivo, como a Petrobrás, Eletrobrás, Companhia da Vale do Rio doce, Companhia siderúrgica nacional, a siderúrgica a Alemanha tinha prometido para o Brasil se caso ganhasse a guerra.
Porém a industrialização pesada só acontece na década de 1960, em 1956 o Brasil restitui as empresas alemãs roubadas durantr a guerra, o que possibilitou novos acordos com a Alemanha que foram importantes marcos no desenvolvimento industrial, novamente nesta década o Brasil se afasta da dependência estadunidense.
"Ao longo do século XX, desempenhou a Alemanha papel ativo no processo de desenvolvimento da economia brasileira. Nos anos de 1920-1930, registra- se a presença alemã na estruturação dos primeiros meios de transporte aéreos brasileiros, com a fundação de filiais da Lufthansa e Condor (1927), da Varig (1927) e Vasp alemãs e nacionais. Na década seguinte, do início do processo de substituição de importações, a Alemanha firmou com o Brasil um conjunto de acordos de comércio." (SOARES, pg. 7).
Em 1960 a Alemanha busca novamente produtos agrícolas no Brasil, e o Brasil tinha a necessidade de equipamentos e maquinaria, os investimentos alemães no Brasil nesta década possibilitou a substituição das importações que requeria máquinas, equipamentos e material de transporte e um setor automobilístico que os Estados Unidos não se interessava.
A Volkswagen e a Mercedes Bens instalaram fábricas no Brasil. Em 1970 a Alemanha coopera com o setor energético brasileiro, em especial na produção de energia atômica, acordo nuclear firmado em 1975.
Nos anos 1990 a Alemanha não tem mais tantos investimentos no Brasil, pois na década de 1970 e 1980 começa a comercializar com os asiáticos, dando um déficit na balança comercial brasileira, pois a partir dos anos 1980 o país cresce em multinationais pelo mundo, percebendo que nos anos 1990 o Brasil parou de se desenvolver e entra na era das privarizações.
Claramente podemos observar a importância da Alemanha para o desenvolvimento brasileiro, na década de 1960 é o único país que se interessou investir no Brasil, pois precisava dos produtos agrícolas brasileiros e vender seus armamentos bélicos.
A partir dos anos 1990 o Brasil se aproxima novamente dos Estados Unidos, apenas interessados nas empresas estatais, as privatizações no Brasil tiveram relação com o conselho de Washington, realizado em 1889, que apresenta uma série de recomendações econômicas que funcionaram como instrumento de pressão internacional para adoção do neoliberalismo.
No governo de Fernando Henrique Cardoso, começa as primeiras privatizações, não se percebe Alemanha interessada nas empresas estatais brasileiras, a iniciativa privada, banheiro judeus, como americanos, franceses, espanhóis e portugueses mostram interesse nas privatizações.
E 1980 o país havia 213 empresas estatais, no ano de 2000 restou apenas 103.
Antes dos imigrantes alemães chegar ao sul e sudeste, e a partir de 1990 não houve índice de desenvolvimento significativo no Brasil, observando a importância dos alemães para desenvolvimento brasileiro.
Vale nota ressaltar que não época de 1930 e 1960, no brasil ouvir simpatizantes de nazistas e ex oficiais, mesmo querendo esconder ou denegrir essas pessoas, o Brasil recebeu contribuição destas pessoas para o seu desenvolvimento, porém isto nunca é lembrado.
Na década de 1998 com Fernando Henrique Cardoso, assina o tratado de não proliferação de armas nucleares, em parceria com os Estados Unidos, desarticulando projetos de armamentos, para proteger os recursos naturais e riquezas do Brasil, dando vulnerabilidade para o imperialismo norte-americano que se destaca desde o fim da primeira guerra mundial.
Conclusão:
Nos países emergentes da América latina, o Brasil foi o país que a Alemanha mais investiu. Percebemos no texto acima, que Portugal só esteve interessado no Brasil, depois de sua emancipação política, na época da década de 1990, na era das privatizações estatais.
Os Estados Unidos, na época da segunda guerra mundial articulou crimes e boatos, para pôr fim à relações comerciais Brasil- Alemanha. Mesmo tendo financiado alguns projetos de vargas, percebemos forte interesse na compra de estatais brasileiras, o que desmonta o desenvolvimento alcançado do Brasil.
Nos anos de relações comerciais com a Alemanha, foram os anos que mais se viu desenvolvimento no Brasil, percebendo sua importância na economia e desenvolvimento brasileiro.
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